CREIO – Fé e razão… em caminho

CREIO – Fé e razão… em caminho

Nesta obra o autor desnuda-se mais do que nunca de forma humilde, mas muito corajosa ao narrar as suas reflexões e opiniões sobre temas relacionados com a fé.

O título escolhido para esta obra, Creio! Não Creio… , espelha o seu tema principal, a Fé e a Dúvida, a Luz e a Escuridão tal como refere tantas vezes o autor ao longo da obra e possível de se ler logo na sua introdução: Anos e anos vividos na noite escura da fé Uma nuvem se colocou à minha volta impedindo-me de ver o mundo divino, o Céu, mas sem nunca duvidar que ele existia, que estava no outro lado da nuvem. Não me era facultado ver…mas sabia que estava lá!”

A dualidade Fé/Dúvida tem sido um tema apelativo para muitos, principalmente quando nos questionamos sobre os grandes mistérios da vida, mas as respostas são escassas e pouco claras. Nestes momentos, pode ser extremamente reconfortante ler algo que nos ajude.

Ler o livro do Frei Mariano, trouxe-me à memória um artigo de opinião do semanário Expresso do nosso querido Cardeal José Tolentino Mendonça e que refere o seguinte: A dúvida é um extraordinário património humano partilhado por nós todos. (…) Podemos dizer que existe a dúvida, porque existem duas possibilidades de interpretação, por vezes dolorosamente contrárias entre si. Existe o sim e o não, a noite e o dia, o claro e o escuro, o nítido e o fosco, o verso e o reverso.

(…) E essa dualidade costura de modo universal a humanidade de que somos feitos.  Pode ser que a sentença do Livro do Eclesiastes esteja certa: “Deus criou-nos simples e diretos, mas nós complicamos tudo” (Ecl 7:29). (…) O que constatamos, porém, é que nos descobrimos e maturamos numa viagem que compreende incertezas, ambivalências, ambiguidades, hiatos, distâncias e interrogações. E que nos obriga a todos a aprofundar o que seja a dúvida.

Sobre fé citou ainda o Cardeal Tolentino Mendonça: A fé não é apenas abstração. Se a fé não faz arder o coração, se não é uma espécie de febre, se não nos torna brasas, mas é apenas uma cinza mental, então a fé é incompleta.

Com a publicação desta obra, acredito que os leitores poderão sentir-se acalentados nos seus momentos de maior escuridão!

Paulo Duarte
secprov@ofm.org.pt