Em 1895, aquando da ocorrência do sétimo centenário do nascimento de Santo António de Lisboa, os Franciscanos portugueses promoveram um variado programa de iniciativas, de entre as quais se destacou o lançamento da Voz de Santo António. Com esta nova publicação dirigida e alimentada por um grupo seleto de frades ilustrados e atentos aos ventos da história, pretendia-se apostar numa formação cristã e pastoral séria e atenta aos sinais dos tempos.
Por razões que não dependeram da vontade dos seus fundadores e colaboradores, essa Voz foi “obrigada” a silenciar-se em maio de 1910 (Veja-se Itinerarium 200/201, 2011). Continuou, entretanto, a publicar-se o Boletim Mensal, iniciado em 1908, como suplemento à Voz de Santo António. A partir de 1913 esse periódico passou a chamar-se Boletim Mensal das Famílias Católicas.
O cancelamento forçado da Voz de Santo António deixara, contudo, um espaço vazio que os Franciscanos, depressa, sentiram a necessidade de colmatar. Foi assim que, em 1940, o Capítulo Provincial decidiu que se passasse a publicar uma nova revista com o nome de Portugal Franciscano. Esta era, contudo, voltada sobretudo para a vida interna dos Franciscanos e suas Missões além-mar. Talvez por estar demasiada voltada para “dentro”, a vida desta publicação não foi muito longa. Após alguns fascículos, interrompeu a sua publicação em 1941.
Continuava, contudo, em aberto a urgência de uma publicação voltada para um público mais vasto e que abrangesse temáticas condizentes. O Capítulo Provincial de 1945 voltou a assumir a urgência de uma revista de cariz cientifico-cultural. No ano seguinte, o Definitório (Governo) Provincial entregou a execução de tal ideia aos padres Frei Fernando Félix Lopes e Frei António Joaquim Dias Dinis. Assim nasceu, em 1946, a Colectânea de Estudos (Suplemento ao Boletim Mensal) que se inaugurou com uma coleção de estudos sobre a Imaculada Conceição, dando desta forma o mote para a orientação futura da revista que passará a ser um espaço de reflexão e de temas de inspiração preferencialmente franciscana. Esta nota específica não impediu, contudo, a revista de abrir as suas páginas a outras temáticas e perspetivas plurais.
Em 1950 a Colectânea que até então se publicara sem periodicidade fixa, assumiu definitivamente o regime regular de publicação quadrimestral. E, a partir de 1955, muda o nome principal para Itinerarium, permanecendo como subtítulo Colectânea de Estudos. Neste mesmo ano, o padre Frei João Diogo Crespo assumiu a direção da revista, sob a direta colaboração do padre Frei António Domingues de Sousa Costa.
Desde que o padre Frei José António da Silva Soares assumiu a sua direção (1966), a Itinerarium passou a publicar-se trimestralmente, com o subtítulo de “Revista Trimestral de Cultura”. Desde 1979 publica-se como “Revista Quadrimestral”, periodicidade que mantém até à atualidade. Tanto neste subtítulo como no seu supertítulo (Itinerarium), a revista assumia um programa de claro colorido franciscano, mas, ao mesmo tempo, mantinha bem aberto o seu horizonte ao vasto mundo da cultura.
Imortalizado pelo celebérrimo Itinerarium mentis in Deum de São Boaventura, o título “Itinerarium” congrega um vasto mundo de sugestões que unem mundo antigo e mundos novos, ideias com história e história rica de ideias, correntes e movimentos do espírito que desenham o mapa do homo viator. Tudo isto tem cabido nos mais de mil artigos e largos milhares de páginas publicados ao longo de mais de 70 anos desta revista.
Diretores da revista Itinerarium:
– Fr. Fernando Félix Lopes (Colectânea de Estudos, 1946-1954)
– Fr. João Diogo dos Santos Crespo (1955-1957)
– Fr. João Ferreira (1957-1962)
– Fr. José António da Silva Soares (1963-2002)
– Fr. Manuel Barbosa da Costa Freitas (2003-2009)
– Fr. Isidro Pereira Lamelas (2009-2015)
– Fr. Gonçalo Figueiredo (20015-2017)
– Fr. Isidro Pereira Lamelas (2018-)
Geralmente Geralmente considera-se o ano de 1924 como ano da fundação da Editorial Franciscana. Foi nesse ano que Fr. Miguel Minhava (29/9/1879 – 14/11/1959) fundou a Tipografia do “Boletim mensal”. A primeira sede foi na Praça Mouzinho de Albuquerque (Campo Novo)- nº42, em Braga, no rés-do-chão da residência franciscana. Aqui funcionava a encadernação. A tipografia funcionava na Rua de S. Vítor n 27.
Mas já antes dessa data houve intensa actividade editorial dos Franciscanos em Montariol. Desde 1895 publicou-se em Montariol a VOZ DE SANTO ANTÓNIO, revista com projecção nacional, muito antes de publicidade que se seguiu à sua discutida extinção, em 1910, pela Secretaria de Estado da Santa Sé. Depois da extinção publicou-se, como revista autónoma, o BOLETIM MENSAL, publicado desde 1908, como suplemento da VOZ DE SANTO ANTÓNIO. Mais tarde recebeu o título de BOLETIM MENSAL DAS FAMÍLIAS CATÓLICAS (1913) e de BOLETIM MENSAL DA ORDEM TERCEIRA E MISSÕES FRANCISCANAS PORTUGUESAS (1923) e de BOLETIM MENSAL DAS MISSÕES FRANCISCANAS E ORDEM TERCEIRA (1936) e, desde 1955, ALMA – Boletim Mensal de espiritualidade e documentação. A ALMA publicou-se até 1976, ano em que deixou de ser publicada para dar lugar, em Janeiro de 1977 à PAZ E ALEGRIA, criada como revista de toda a Família Franciscana.
Apesar da extinção das Ordens religiosas pelo regime republicano de 1910, não parou a actividade editorial. Essa actividade, centrada em Braga, foi orientada, desde 1912 pelo dinâmico Fr. Miguel Minhava. Em 1913 foi criada a Empresa “Boletim Mensal” como editora de todas a abras dos franciscanos. À frente da empresa estava o Fr. Miguel. Até 1924 os trabalhos eram feitos em tipografias alheias è Ordem. Nesse ano foram criadas oficinas próprias de tipografia e encadernação nos dois lugares acima indicados.
Em Março de 1933 as oficinas foram transferidas para Montariol, para a antiga casa do Visconde, adaptada para o efeito. Até 1940 a empresa foi dirigido pelo Fr. Miguel Minhava. Em 1951-1952, durante a administração do Fr. Augusto Marques Rosa, as instalações foram aumentadas consideravelmente e mais tarde, o mesmo aconteceu alguns anos depois sob a administração de Fr. José Dinis da Costa, em 1954-1955. Em 1954-1955 o sector gráfico e editorial foi valorizado com a sua transformação em EDITORIAL FRANCISCANA e a criação duma LIVRARIA no Porto e duma DELEGAÇÃO em Lisboa. A partir daí deu-se uma enorme renovação editorial, pela publicação de originais e de traduções de obras de cultura e de formação cristã. Uma das obras mais notáveis da Tipografia e editorial foi a publicação da primeira edição portuguesa da Liturgia da Horas, em 1976-1977.
Desde 1924 a Editorial Franciscana e a Tipografia tiveram como administradores:
Fr. Miguel Minhava (1924-1940);
Fr. José Evaristo Rodrigues (1940-1945);
Fr. Augusto Marques Rosa (1945-1953);
Fr. Diamantino Faria (1953-1956);
Fr. José Eva-risto Rodrigues (1956-1957);
Fr. José Dinis da Costa (1957-1966);
Fr. José de Jesus Borges (1966-1972);
Fr. Manuel Marques Novo(1966-1969);
Fr. Arlindo Gonçalves (1969-1972);
Fr. António Pedro da Anunciação (1972- 1980);
Fr. José lima da Costa (1980-1991);
Fr. Mário Vieira (1991- 1994);
Fr. António Pedro da Anunciação (1994-1998);
Fr. Luís Pereira Mesquita(1998-2001);
Fr. José António Correia Pereira (2000-2013)
Fr. José Augusto de Faria (2013-2015)
Fr. Domingos do Casal Martins (2015-2017)
Fr. Hermínio Gonçalves de Araújo (2018…
1. O “Missões Franciscanas” é um mensário de formação e informação missionaria, propriedade da União Missionária Franciscana.
2. Sendo um jornal de índole missionaria, procura sensibilizar os seus leitores para a realidade do “povo em Missão”.
3. É sua prioridade estabelecer laços de comunhão, partilha e identidade entre os leitores e aqueles que são agentes de missionação.
4. O Jornal “Missões Franciscanas” é membro da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AlC) e da Missão Press.
5. Este periódico é distribuído em todo o país e no estrangeiro, normalmente nos países lusófonos e de emigração, por assinatura, sendo expedido a partir de Charneca da Caparica. Não tem fins lucrativos.
6. Procurando realizar a sua “Missão”, respeita os princípios deontológicos da imprensa e a ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação.
Fazendo a sua história ousamos recordar os seus nomes e, em grata memória, louvar o trabalho por eles operado em prol da Missão. Bem-hajam:
Frei José Alves Pereira [1937/1942 e 1944/ 1948];
Frei António Ribeiro [1942/1943];
Frei António Dias Dinis [1944/1949];
Frei Luís Franco de Almeida [1950/1952;
Frei José Dinis da Costa [1953/1957];
Frei Constantino Ferreira da Silva [1975/1958;
Frei José Ferreira de Magalhães Rebelo [1958/1960];
Frei Manuel Marques Novo [1960/1966];
Frei António Fernandes [1966/1969];
Frei Serafim Ferreira da Silva [1969];
Frei A. Macedo [1970/1973];
Frei Manuel Torres Monteiro Branco [1973/1976];
Frei Arlindo Rodrigues da Silva Barbosa [1976/1978];
Frei António Gonçalves [1978/1987];
Frei Luís de Oliveira [1987/1988];
Frei José Maria da Fonseca Guimarães [1989/1992];
Frei Artur Pais Pereira [1993/1999];
Frei Paulo Ferreira [1999/2005];
Frei Vítor Rafael [2005/2016];
Frei Álvaro Silva de Outubro de 2016 até ao presente.