06 Jul A ARMA DO DIÁLOGO – S. Francisco: a ilusão da guerra e o valor do diálogo para a paz.
A história é mestra da vida. Valores que hoje são indispensáveis, eram nada, há uns séculos, para não dizer, mesmo, há uns anos. E os que foram indispensáveis, hoje nada valem. Quero referir-me ao Santo dos valores eternos, porque Santo Evangélico: S. Francisco de Assis.
Refrescando a memória, sobretudo com base nos estudiosos e historiadores, mais ou menos fiéis, é bastante conhecida a vida humana e social de São Francisco de Assis. É muito unida à história da Idade Média.
São Francisco nasceu num momento da história bastante diferente dos nossos tempos, embora com contornos parecidos com os de hoje. Foi no ano de 1181 ou 1182, em Assis, Itália. Foram seus pais Pedro Bernardone, mercador de tecidos, e Donna Pica. Baptizado na catedral de S. Rufino, em Assis, recebeu o nome de João. Seu pai, ao regressar da Provença, mudou-lho para Francisco (Francesco ou Francês), em homenagem à França, aonde ia abastecer-se para os seus negócios.
Jovem, cresceu num ambiente de lutas. Uma delas, o movimento das Cruzadas. A Igreja vivia uma preocupação organizada para “libertar” os Lugares Santos (santificados pela vida humana de Deus em Jesus Cristo), das mãos dos “infiéis”. Cruzados eram grupos de guerreiros bem preparados e treinados e motivados, que iam lutar contra os sarracenos, para os expulsar dos lugares santos, que estavam na sua posse.
Homens da nobreza e do povo, todos cristãos, de várias nações da Europa Ocidental se uniram, em peregrinação armada, por terra e por mar, até à Terra Santa, fizeram cerco à cidade, e tomaram, à força de armas, a cidade de Jerusalém, criando o Reino Latino de Jerusalém e outros estados cruzados. O objetivo foi libertar a cidade de Jerusalém e a Terra Santa do jugo muçulmano. Esta foi a primeira Cruzada, que aconteceu em de 1099. Comandou as tropas o próprio então Papa Urbano II. Outras cruzadas se seguiram como um verdadeiro movimento de inspiração religiosa.
Mas as guerras na Idade Média não eram só Cruzadas religiosas. Outras ganhavam expressão e seduziam os jovens à fama das armas.
Antes da sua conversão, Francisco, na altura jovem influente na sua sociedade, aclamado como rei da juventude, deixando-se contagiar também pela fama das armas, integrou-se neste movimento. Na guerra entre a cidade de Assis e a de Perusa, em 1202, Francisco tomou parte, mas saiu humilhado, derrotado e muito ferido, feito prisioneiro durante um ano. Com a animação da sua Mãe, D. Pica, de seus amigos da juventude de Assis e companheiros da alegria e da liberdade, ainda na prisão, recuperou lentamente as forças. Mas as ilusões iam-se esvanecendo e, agora sonha em valores diferentes. Quer sair da prisão e deixar a guerra, para começar nova vida. Um sonho que ele vai alimentando e aclarando, ganhando contornos claros de futuro. Aliás, ainda na prisão Francisco é ele quem mais anima a sua mãe e companheiros que o visitam, com cânticos de esperança e afirmações de nova vida que o espera.
A ilusão da luta pelas armas de morte não valem mais. Francisco vai à procura de outra luta pela PAZ e o BEM dos homens e louvor e HONRA ao Criador e único Senhor da Vida.
Francisco é mensageiro de PAZ. Hoje só o respeito pelos valores universais valem a paz.
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