Agostinho da Cruz – Celebração em Setúbal

Agostinho da Cruz – Celebração em Setúbal

Continuação das celebrações do IV Centenário da morte de Frei Agostinho da Cruz

e os 480 anos do seu nascimento.

É-nos grato realçar estas celebrações solenes que prosseguem em Setúbal, numa organização da Diocese em colaboração com o nosso Convento de Varatojo.

Iniciaram em Março de 2019 com solene Eucaristia e prosseguirão até Maio próximo.

Frei Agostinho da Cruz, o frade franciscano mais célebre da Reforma Arrábida, nasceu em 1540, em Ponte da Barca, e faleceu em Setúbal, em 1619. Foi noviço no convento de Santa Cruz, na Serra de Sintra, e viveu como eremita na Serra da Arrábida desde 1605 até à sua morte.

No dia 3 deste mês de Janeiro de 2020 o Cardeal D. José Tolentino Mendonça, Arquivista e bibliotecário da Santa Sé, proferiu brilhante palestra no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal ao findar do dia. Teve numerosa participação de setubalenses e admirados deste Frade Franciscano. Uma das suas afirmações originais foi de que “Frei Agostinho da Cruz poupava no pão mas não no saber e é um “laboratório de pensamento” sobre a “comum humanidade” Lembrou que a Província Franciscana da Arrábida, no tempo de Frei Agostinho da Cruz, tinha nove conventos e era expressão “mais forte e radical do franciscanismo na sua luta pelo espírito das origens” e da “vontade reformista em relação a uma vida religiosa enfraquecida e dispersa” Afirmou ainda que os “debates culturais e religiosos que se travavam dentro do catolicismo e das sociedades europeias de então” eram travados ali, pois “A escola da Arrábida é de humanidade e uma ampliação da nossa capacidade contemplativa”, sublinhou.

Uma outra afirmação de Sua Eminência que nos apraz sublinhar é esta: A Serra da Arrábida é uma “geografia de sedentos, de mendigos do absoluto, de ascetas e visionários, de ardentes peregrinos da verdade, de mestres da vida do espírito, de gente cultíssima e destemida que se aventurava voluntariamente na extrema liberdade em relação a desapegos interiores e exteriores”.

Considerou ainda o orador, ao longo da sua intervenção que o místico Frei Agostinho da Cruz é “um grande desafio para todos, crentes e não crentes”, de todos os tempos, porque ajuda a perceber que é “indispensável o que parece inútil” e lembra os homens que não basta viverem “acossados na luta pela sobrevivência”, mas é necessário encontrarem-se “num horizonte maior que dê sentido”. Agradecemos ao D. Cardeal D. José Tolentino Mendonça esta riqueza de partilha à vota da inconfundível personalidade de Frei Agostinho da Cruz.

Paz e Bem!

Frei Armindo carvalho, Ministro Provincial

Paulo Duarte
secprov@ofm.org.pt
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