05 Jul PREPARANDO O 8º CENTENÁRIO DE SANTO ANTÓNIO
Felizmente, a pessoa, a vida e a mensagem, como a grande devoção a Santo António em, Lisboa, em Portugal, e em todo o mundo, é bastante conhecida. Vamos preparar o nosso louvor a Deus por este nosso irmão Santo Português, comemorando oito séculos da sua passagem para frade franciscano e iniciando uma nova missão.
Foi em 1220 que o jovem sacerdote, recentemente ordenado nos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, vivendo em Coimbra, onde completou os seus estudos e realizava a sua actividade pastoral na Igreja e Santa Cruz, decidiu mudar de rumo a sua vida, optando por se consagrar religioso franciscano. O movimento franciscano, fundado em Assis por São Francisco era uma Ordem religiosa, aprovada pelo então Papa Inocência III e estava em franca expansão pelo mundo uns 10 anos.
O mesmo Santo de Assis (S. Francisco), em 1219, enviou em missão, para Marrocos seis dos seus confrade (frades menores). São eles: Fr. Vital, Fr. Berardo, Fr. Otão (sacerdotes), Fr. Pedro (diácono), Fr. Acúrsio e Fr. Adjuto (leigos), todos italianos. De Itália, passaram à Península Ibérica, pelo reino de Aragão. Aí um dos seis (Frei Vital), que era o Guardião do grupo, adoeceu e aí ficou logo.
Os restantes seguiram, agora sob a responsabilidade de Fr. Berardo, e chegaram a Portugal. Hospedaram-se em Coimbra em casa da Rainha D. Urraca, esposa de D. Afonso II de Portugal. Com sua humildade e demais virtudes, muito edificaram a Rainha e seu esposo, que tudo fizeram para os ajudar na grande missão de que estavam incumbidos. A tradição diz ter sido esta Rainha a primeira a ver as relíquias destes 5 mártires, mandados vir de Marrocos pelo seu marido.
Estes missionários, os primeiros franciscanos enviados “ad gentes” prosseguiram a sua viagem no intuito de chegarem ao seu destino: Marrocos. De Coimbra seguiram por para Alenquer. Aí foram recebidos pela infanta D. Sancha, filha de Sancho I de Portugal e irmã de D. Afonso II, que lhe trocou o hábito por vestes civis, a fim de não serem descobertos e mal tratados. Chegaram depois a Lisboa, passando a Sevilha e daí foram conduzidos pelo infante D. Pedro até Marrocos, que os hospedou em sua casa. Em Marrocos pregaram, foram presos, açoitados e, atados de mãos e pés, arrastados de um lado para o outro por cavalos. Sob os seus corpos deitaram azeite a ferver, arrastando-os pelo chão sobre vidros e cacos espalhados pelo chão. O miramolim tentou-os com dinheiro e com mulheres, mas nada os demoveu da fidelidade à sua fé e à sua missão. Por fim, o próprio miramolim pegou a espada e decapitou-os. Era o dia 16 de Janeiro de 1220.
D. Pedro conseguiu resgatar as relíquias e levá-las para Portugal. De Zamora, foram as suas cabeças e restos mortais para Santa Cruz de Coimbra e aí solenemente depositadas.
Estes foram os primeiros mártires franciscanos, a quem S. Francisco chamou, depois de martirizados, os “seus primeiros verdadeiros frades menores”. São os PADROEIROS da nossa Província Portuguesa da Ordem Franciscana.
Santo António, então Cónego Regrante D. Fernando de Bulhões, esteve na chegada destes seus “amigos”. Conheceu-os e com eles privou, ficando edificado pela sua grande virtude, em especial da oração, da humildade e pobreza, quando passaram em Coimbra a caminho da missão de Marrocos. Lembra-os agora, regressados mártires da fé.
Impressionado com o que vê, D. Fernando, sacerdote, sentiu-se interpelado, afirmando, no seu coração, que, embora tenham morrido estes primeiros missionários, a missão não acabaria. Ele a iria continuá-la.
Para isso, pede para ser admitido à Ordem dos Frades Menores de São Francisco. Nasce a sua vocação franciscana. É admitido, toma o hábito franciscano e irá a Marrocos, por pouco tempo, por doença lá de repente contraída. De regresso, fica em Itália. É o Santo nascido em Lisboa, morto em Pádua, mas verdadeiramente “o Santo do mundo” (Papa Leão XIII). PAZ E BEM!
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